Os dinossauros mais incríveis descobertos pela ciência em 2025
Por sandro
Publicado em 28/12/25 às 08:00
O ano de 2025 já se consolida como um marco para a paleontologia. Ao longo dos últimos meses, equipes internacionais anunciaram a descrição de vários dinossauros notáveis e até então desconhecidos, descobertos na Ásia, África e América do Sul. As novas espécies incluem desde predadores extremamente especializados até animais que ajudam a esclarecer um dos maiores mistérios da evolução: a origem das aves modernas.
Mais do que simples “novos nomes”, esses fósseis revelam estratégias de sobrevivência inesperadas, anatomias incomuns e adaptações que desafiam ideias consolidadas sobre como os dinossauros viviam, caçavam e evoluíam.
A seguir, você confere seis dinossauros incríveis cujas descobertas marcaram a paleontologia em 2025:
1. Zavacephale rinpoche: o mais antigo dinossauro de cabeça em forma de domo
Descoberto na Mongólia, Zavacephale rinpoche viveu há cerca de 108 milhões de anos e é hoje o mais antigo representante conhecido dos dinossauros de cabeça abaulada. O fóssil chamou atenção ainda no campo: o crânio emergia do solo com aspecto polido, lembrando uma joia lapidada.
Embora parentes adultos desse grupo pudessem atingir até 4 metros de comprimento e 400 quilos, o exemplar encontrado era juvenil. Mesmo assim, o crânio já apresentava o espessamento característico, sugerindo que essa estrutura — possivelmente usada para disputas entre indivíduos — começava a se desenvolver cedo. A descoberta empurra a origem desse tipo de dinossauro milhões de anos mais para trás do que se pensava inicialmente.
2. Spicomellus afer: o anquilossauro que redefiniu o conceito de “blindado”
Encontrado no Marrocos, Spicomellus afer viveu há cerca de 165 milhões de anos e rapidamente ganhou fama por sua aparência incomum. Pertencente ao grupo dos anquilossauros, ele apresentava uma combinação de placas ósseas e estruturas pontiagudas nunca vista antes.
Segundo a paleontóloga Susannah Maidment, do Natural History Museum, o animal era tão estranho que faltavam adjetivos para descrevê-lo. O termo “barroco” acabou sendo usado para transmitir a complexidade visual do corpo. A descoberta indica que a evolução da blindagem defensiva foi mais diversa e experimental do que os cientistas imaginavam.
3. Duonychus tsogtbaatari: o herbívoro com garras gigantes
No deserto de Gobi, os pesquisadores identificaram Duonychus tsogtbaatari, um dinossauro bípede que viveu há cerca de 90 milhões de anos. À primeira vista, suas mãos armadas com duas garras de até 30 centímetros sugerem um predador feroz — mas o restante do esqueleto conta outra história.
A dentição e a estrutura corporal indicam que se tratava de um herbívoro, provavelmente especializado em alcançar vegetação mais alta. As garras, segundo os cientistas, eram usadas como ferramentas: agarravam galhos e puxavam a comida para perto da boca. É um exemplo claro de como garras não serviam apenas para matar, mas também para manipular o ambiente.
4. Shri rapax: um predador mais temível que os “raptores” do cinema
Também vindo do Gobi, Shri rapax viveu entre 75 e 71 milhões de anos atrás e pode ter sido um dos predadores mais eficientes de seu ecossistema. Com cerca de 2 metros de comprimento, ele tinha braços longos, mãos fortes e garras curvas adaptadas para agarrar e dilacerar presas.
Seu nome vem da ideia de “rapacidade”, refletindo a agressividade sugerida pela anatomia. Diferente dos velociraptores populares no cinema, o Shri rapax provavelmente tinha músculos mais desenvolvidos nos membros anteriores, indicando um estilo de caça altamente ativo em dunas e áreas próximas a lagos temporários.
5. Baminornis zhenghensis: quando um dinossauro já parecia uma ave
Na China, um fóssil de 150 milhões de anos colocou os cientistas diante de uma pergunta clássica: ave ou dinossauro? O pequeno Baminornis zhenghensis, do tamanho de uma codorna, apresentava uma combinação rara de características primitivas e modernas.
O detalhe decisivo foi a cauda curta, significativamente menor do que a do Archaeopteryx. Isso indica que a redução da cauda — essencial para o voo eficiente — ocorreu muito antes do que se acreditava. A descoberta reforça a ideia de que a transição entre dinossauros e aves foi gradual e cheia de experimentações evolutivas.
6. Joaquinraptor casali: o caçador com prova de sua última refeição
Na Patagônia, a descoberta de Joaquinraptor casali revelou um dos predadores mais impressionantes do fim do Cretáceo. O fóssil foi encontrado com uma perna de crocodilo presa à mandíbula, evidência direta de um confronto violento.
Com cerca de 7 metros de comprimento, pelo menos 1 tonelada e braços extremamente musculosos, o animal possuía uma garra no polegar do tamanho de um antebraço humano. Embora menor que o Tyrannosaurus rex, seus membros anteriores eram proporcionalmente mais fortes, sugerindo uma estratégia de caça baseada em força e agarramento, não apenas mordida.
As seis espécies descritas em 2025 mostram que a era dos dinossauros foi muito mais diversa, criativa e imprevisível do que se imaginava. Cada fóssil acrescenta uma peça nova a um quebra-cabeça em constante revisão — e deixa claro que, mesmo após séculos de pesquisa, a pré-história ainda tem muito a revelar.






