Pesquisadores descobrem nova espécie de dinossauro que habitou a Europa há 72 milhões de anos

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Publicado em 04/05/25 às 06:55

Pesquisadores do Instituto de Paleobiologia da Academia Polonesa de Ciências, Dr. Łukasz Czepiński e Dr. Daniel Madzia, anunciaram a reclassificação de uma espécie anteriormente pouco compreendida de dinossauro como um novo gênero, chamado Obelignathus septimanicus.

O fóssil, um dentário direito fossilizado, foi encontrado na Formação ‘Grès à Reptiles’, no sul da França. Ele já havia sido atribuído a uma espécie conhecida como Rhabdodon septimanicus, porém, segundo os pesquisadores, essa classificação era baseada em interpretações taxonômicas conflitantes.

Nossa reanálise do espécime, combinada com uma avaliação multivariada e filogenética, mostra que esta espécie é morfologicamente distinta de outros representantes europeus dos rabdodôntidos, justificando a criação de um novo gênero: Obelignathus, afirmaram os paleontólogos.

Obelignathus septimanicusReprodução artística do Obelignathus septimanicus / Imagem: Reprodução

fossil Obelignathus septimanicusFóssil do Obelignathus septimanicus / Imagem: Reprodução

Características do novo dinossauro

O Obelignathus septimanicus viveu há cerca de 72 milhões de anos, durante o período Cretáceo Superior, em uma região que hoje corresponde ao Arquipélago Europeu — uma série de ilhas tropicais que cobriam partes da atual Europa.

Esse dinossauro pertencia à família Rhabdodontidae, composta por herbívoros de pequeno a médio porte, com comprimento entre 2 e 6 metros, geralmente bípedes. Eram reconhecidos por seus corpos robustos, membros posteriores fortes, membros anteriores curtos, cauda longa e um crânio triangular com um focinho pontudo.

Atualmente, o grupo conta com menos de dez espécies reconhecidas, com fósseis já encontrados na França, Espanha, Áustria, Hungria e Romênia. A descoberta do novo gênero destaca a possibilidade de uma diversidade ainda maior entre os dinossauros desse grupo, com múltiplas espécies coexistindo, especialmente na região sul da França.

Embora estudos mais abrangentes ainda sejam necessários, nossos resultados indicam que a diversidade entre os rabdodôntidos europeus foi subestimada, com várias espécies simpátricas provavelmente vivendo juntas, concluem Czepiński e Madzia.

O estudo completo foi publicado nesta semana na revista científica Scientific Reports, e reforça como a paleontologia ainda reserva muitas surpresas sobre a fauna que habitou a Europa durante o Cretáceo.

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