Fóssil de escorpião pré-histórico é encontrado na China
Por sandro
Publicado em 08/03/25 às 16:16
Foi encontrado na província de Liaoning, no nordeste da China, os restos mortais de uma espécie inédita de escorpião. A descoberta, realizada por estudiosos da Academia Chinesa de Ciências, revelou que o espécime tem aproximadamente 125 milhões de anos, tornando-se o primeiro fóssil de escorpião da era mesozoica identificado no país. O feito foi divulgado em 24 de janeiro em artigo científico na revista Science Bulletin.
A nova espécie foi batizada de Jeholia longchengi, em referência ao sítio paleontológico onde foi descoberta, o Jehol Biota, além de fazer alusão à província de Liaoning.
Conhecido por preservar um conjunto raro de fósseis do Cretáceo Inferior, Jehol Biota já foi palco do descobrimento de diversas espécies pré-históricas, como dinossauros emplumados, pássaros primitivos e fósseis de plantas, sendo considerado “uma das descobertas paleontológicas mais importantes do século 20”.

Uma descoberta rara e seus impactos científicos
Antes da descoberta de Jeholia longchengi, apenas três fósseis de escorpiões haviam sido registrados na China. Este, no entanto, representa o primeiro espécime proveniente da era mesozoica, que abrangeu o período entre 252 e 66 milhões de anos atrás.
Enquanto a maioria dos fósseis de aracnídeos dessa era é preservada em âmbar, o achado recente se destaca precisamente por sua preservação em condições diferentes. A fossilização de tais animais é rara, pois esses insetos habitam ambientes como pedras e galhos, lugares onde é baixa a probabilidade de ficarem presos em sedimentos e, assim, se fossilizarem.
Medições revelaram que o escorpião tinha 10 centímetros de comprimento. Embora esse tamanho seja considerado comum em relação a espécies atuais, J. longchengi era significativamente maior do que outros escorpiões mesozoicos de sua época, conforme informações do portal Live Science.
O comprimento do escorpião não é sua única característica que o torna singular. Com pernas alongadas e pedipalpos finos (pinças situadas próximas à boca), essa nova espécie se distingue das características típicas dos escorpiões de sua época.
Segundo os pesquisadores, devido a essas particularidades, acredita-se que Jeholia longchengi se alimentava de aranhas, lagartos e até mesmo de pequenos mamíferos que habitavam seu ecossistema. “Se colocado no ambiente atual, ele pode se tornar um predador natural de muitos animais pequenos e pode até caçar filhotes de pequenos vertebrados”, disse Huang Diying, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências, à agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
No entanto, como o fóssil não está completamente preservado, não é possível determinar com precisão sua posição na cadeia alimentar daquela região. Já foram identificados na área pássaros primitivos, mamíferos e até dinossauros, que poderiam o ter predado, o que faz dessa espécie um componente de grande relevância para o equilíbrio de seu ecossistema.
A descoberta do Jeholia longchengi levanta novas questões sobre a evolução dos escorpiões e sua diversidade ao longo do tempo. Segundo especialistas, fósseis como este ajudam a compreender melhor as mudanças ambientais e ecológicas ocorridas ao longo de milhões de anos. Novas expedições já estão sendo planejadas para o Jehol Biota, na esperança de encontrar mais fósseis que possam revelar informações adicionais sobre a fauna mesozoica da China.

