Pesquisadores confirmam descoberta de nova espécie de dinossauro no Maranhão

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Publicado em 29/12/24 às 06:37

Após três anos de análises detalhadas, uma equipe de pesquisadores concluiu que os fósseis encontrados em Davinópolis, no Maranhão, pertencem a uma espécie de dinossauro ainda desconhecida pela ciência. Os estudos estão sendo conduzidos pelo paleontólogo Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Segundo o especialista, os fósseis têm cerca de 100 milhões de anos.

Esses fósseis representam um dinossauro, espécie distinta, do grupo dos saurópodes, e verificamos que se trata realmente de uma espécie nova, destacou Mayer.

Pedaço de osso fossilizado de uma nova espécie de dinossauro encontrado em Davinópolis, no Maranhão — Foto: Giovani de Toledo Viecili

Uma Descoberta Promissora

Os fósseis, descobertos em abril de 2021 durante a construção de uma ferrovia em Davinópolis, incluem um fêmur com mais de 1,5 metro de comprimento, ossos longos como tíbia, pés e mãos, além de diversas costelas e vértebras. Eles possivelmente representam um saurópode, grupo de dinossauros herbívoros de grande porte conhecidos pelo pescoço e cauda alongados.

Com o apoio da empresa responsável pela obra, a coleta foi liderada pelo professor Mayer, que realizou a remoção cuidadosa dos materiais para posterior análise.

Paleontólogo escavando cuidadosamente os fósseis – Foto: Divulgação/Brado

O paleontólogo revelou que os estudos preliminares indicam uma afinidade entre o dinossauro do Maranhão e uma espécie encontrada em outro país. “Ainda não posso dizer qual, pois os resultados científicos estão sendo finalizados e devem sair no início de 2025”, explicou em entrevista ao g1 Maranhão.

Outro foco da pesquisa é identificar as partes do corpo representadas pelos fósseis e compará-las com registros de outros dinossauros da mesma época, permitindo uma análise mais precisa sobre as características e a evolução da nova espécie.

Atualmente, os estudos estão concentrados na análise microscópica da anatomia dos fósseis. “Os padrões celulares e as alterações observadas podem nos dar respostas sobre algumas perguntas: como era o metabolismo e o crescimento desse animal? Quais eram os fatores ambientais que permitiram que aqueles grandes ossos se preservassem como fósseis?”, detalhou Mayer.

Paleontólogo Elver Luiz Mayer, com os ossos do ‘dinossauro de Davinópolis’ — Foto: Arquivo pessoal

Após a conclusão das análises, os fósseis serão preparados e devolvidos ao Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia, em São Luís, onde ficarão expostos ao público.

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