Nova espécie de plesiossauro é descoberta na Alemanha

Um estudo recentemente publicado na revista Frontiers in Earth Science revelou uma descoberta notável: a identificação de um novo membro da família dos plesiossauros, agora denominado Franconiasaurus brevispinus. Este réptil marinho, previamente desconhecido, viveu há aproximadamente 175 milhões de anos, durante um período de transição crucial na evolução dos plesiossauros.

Os fósseis tridimensionais de dois exemplares do Franconiasaurus foram encontrados na Baviera, Alemanha, representando uma descoberta de grande relevância para a paleontologia. Esses espécimes oferecem uma visão detalhada de um estágio específico na linha evolutiva dos plesiossauros, fornecendo insights valiosos sobre os intricados processos que moldaram sua diversificação e adaptação ao longo do tempo.

Reconstrução artística do Franconiasaurus brevispinus / Imagem: Reprodução

Os plesiossauros, cujo nome significa “semelhante a um réptil”, foram répteis marinhos que dominaram os mares por mais de 140 milhões de anos. Surgiram no período Triássico e foram amplamente distribuídos em diferentes nichos ecológicos ao redor do mundo. Caracterizados por seus pescoços longos e corpos achatados, esses animais eram predadores ágeis que caçavam debaixo d’água, emergindo periodicamente para respirar ar.

O período de transição, durante o qual o Franconiasaurus viveu, foi marcado por mudanças significativas na fauna marinha. Os plesiossauros mais primitivos, como os Rhomaleosauridae, com cabeças maiores e pescoços mais curtos, foram gradualmente substituídos por espécies com pescoços mais longos e cabeças menores, que se tornaram predominantes.

Fóssil do Franconiasaurus brevispinus / Imagem: Frontiers in Earth Science

A análise dos fósseis de Franconiasaurus revela características tanto de plesiossauros mais antigos quanto de espécies posteriores, destacando seu papel como uma forma de transição entre esses grupos distintos. Este período também testemunhou mudanças em outros répteis marinhos, como os crocodilos marinhos e os pliossauros, com os últimos sendo os principais predadores dos mares por um período substancial de tempo.

O primeiro plesiossauro foi encontrado por Mary Anning nas rochas da “Costa Jurássica” perto de Lyme Regis em 1823. O desenho foi feito para apresentação na revista da época. O fóssil pode ser admirado hoje no Museu de História Natural de Londres.

Os fósseis de Franconiasaurus estão sob a custódia do Museu de Paleontologia de Beureuth, após terem sido descobertos no sítio paleontológico de Mistelgau, perto de Beureuth, entre os anos de 2014 e 2018. A análise dos fósseis revelou que o pescoço deste animal consistia em até 30 vértebras, menos do que o observado em outros plesiossauros, que geralmente possuíam entre 38 e 42 vértebras cervicais.