Se não fosse o asteroide, os dinossauros ainda estariam vivos?
Por sandro
Publicado em 11/02/24 às 07:11
Há cerca de 66 milhões de anos, na península de Yucatán, no México, a Terra testemunhou um cataclismo de proporções épicas. Um asteroide colossal, com 12 quilômetros de largura, colidiu com o planeta, desencadeando uma série de eventos devastadores. O impacto foi tão poderoso que sua magnitude é quase inimaginável, superando em várias ordens de grandeza a explosão da bomba atômica em Hiroshima. Esse evento, conhecido como o “evento K-Pg”, levou à extinção em massa dos dinossauros e trouxe mudanças irreversíveis ao ecossistema global.
No entanto, uma incógnita permanece: como os dinossauros estavam se adaptando antes desse evento cataclísmico? Uma equipe de paleontologistas mergulhou profundamente nessa questão, dedicando-se a desvendar os enigmas que cercam a vida dessas majestosas criaturas antes de sua extinção. Seu estudo, recentemente publicado na respeitada revista científica Nature Communications, lançou uma luz reveladora sobre a dinâmica das populações de seis distintas famílias de dinossauros ao longo de um período de 40 milhões de anos que precedeu a colisão do asteroide.
Essas seis famílias abrangiam tanto carnívoros, como os tiranossauros e os velociraptores, quanto herbívoros, como os tricerátops e os hadrossauros. O estudo empreendeu o desafio de compreender como essas diversas famílias estavam evoluindo e se adaptando antes da tragédia que alteraria o destino da Terra.
Ao longo de cinco anos de meticulosa pesquisa, os cientistas compilaram e analisaram uma imensidão de dados provenientes de fósseis dessas seis famílias de dinossauros. Eles rastrearam a evolução e a extinção de espécies ao longo do tempo, enfrentando os desafios impostos pelo registro fóssil, marcado por desigualdades tanto em termos de preservação quanto de distribuição geográfica.
Os resultados do estudo revelaram um declínio acentuado no número de espécies de dinossauros nos 10 milhões de anos que antecederam a colisão do asteroide. Esse declínio afetou tanto os carnívoros quanto os herbívoros, indicando que os dinossauros já estavam enfrentando desafios significativos antes do evento catastrófico. As mudanças climáticas globais, incluindo uma queda na temperatura da Terra, foram identificadas como um dos principais impulsionadores desse declínio.
É intrigante observar que o declínio das espécies herbívoras precedeu o declínio dos carnívoros, indicando uma possível extinção em cascata, na qual o desaparecimento de presas pode ter impactado diretamente a sobrevivência de predadores. Esse padrão complexo de extinção destaca a interconexão e a fragilidade dos ecossistemas antigos.
No entanto, permanece uma questão em aberto: se o asteroide não tivesse colidido com a Terra, os dinossauros teriam sobrevivido? A resposta a essa pergunta permanece incerta, mas os cientistas sugerem que a recuperação das populações de dinossauros poderia ter sido possível em alguns grupos, enquanto outros poderiam ter enfrentado o inevitável desaparecimento.