Cientistas afirmam que dois fragmentos do protoplaneta Theia estão nas profundezas da Terra
Por sandro
Publicado em 12/11/23 às 07:09
Uma pesquisa liderada por cientistas do Caltech propõe uma teoria intrigante sobre a formação da Lua da Terra e a origem de duas grandes províncias de baixa velocidade (LLVPs) no manto terrestre. A equipe sugere que a colisão gigante entre a proto-Terra e o protoplaneta Theia, há cerca de 4,5 bilhões de anos, não apenas formou a Lua, mas também deixou para trás “bolhas” estranhas, as LLVPs, compostas por material mais denso do que o manto circundante.
Na década de 1980, cientistas identificaram duas massas de material incomum, do tamanho de continentes, profundamente dentro do núcleo da Terra: uma abaixo do continente africano e outra sob o Oceano Pacífico. Cada uma dessas bolhas possui o dobro do tamanho da Lua e é provavelmente composta por proporções distintas de elementos em comparação com o manto circundante.
As bolhas, formalmente denominadas grandes províncias de baixa velocidade (LLVPs), foram investigadas em um estudo liderado por Qian Yuan e sua equipe do Caltech. Eles empregaram simulações computacionais para explicar a origem dessas regiões anômalas.
Os resultados das simulações indicam que os LLVPs podem ser vestígios do material do manto de Theia, densos entre 2,0% a 3,5% em comparação com o manto adjacente. Sugere-se que esses vestígios de Theia, com dezenas de quilômetros de diâmetro, afundaram na região inferior do manto, acumulando-se para formar bolhas densas acima do núcleo terrestre.
O estudo também sugere que as bolhas extraterrestres encontradas dentro da Terra representam resíduos únicos da colisão planetária que formou a Lua. Isso implica que a Terra contém “pedaços” distintos de Theia em suas profundezas, desafiando a concepção anterior de que qualquer material remanescente teria sido totalmente integrado ao longo dos bilhões de anos de evolução terrestre.
Os cientistas enfatizam a necessidade de análises mais precisas de amostras de rochas e modelos aprimorados para entender a composição e a dinâmica orbital da Terra, Gaia e Theia. Essa pesquisa não apenas lança luz sobre a história da formação do Sistema Solar interno, mas também fornece insights valiosos para a compreensão da formação e habitabilidade de exoplanetas além do nosso sistema solar.
Este estudo completo foi publicado na revista Nature.