Dinossauro recém-descoberto pode ter sido o último de sua espécie, revela pesquisa

Paleontólogos descobriram em Utah, no Estados Unidos, restos fósseis de um dinossauro ornitópode (um tipo de dinossauro que ficava sobre duas patas), que pode ter sido o último de sua espécie durante um período em que o clima mais quente da Terra forçou mudanças massivas nas populações globais de dinossauros.

Nomeado de Iani Smith, em homenagem a Janus, o deus romano das mudanças e transições, o novo dinossauro pertenceu ao grupo de dinossauros que deu origem aos dinossauros bico de pato mais conhecidos, como Parasaurolophus e Edmontosaurus.

Grande parte de seus ossos fossilizados foram recuperados durante as escavações na Formação Cedar Mountain, em Utah, e incluíam o crânio, vértebras e membros inferiores.

Segundo Lindsay Zanno, professora de pesquisa associada da Universidade Estadual da Carolina do Norte e chefe de paleontologia do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte, principal autora da descoberta, o espécime é de grande importância não só pela descoberta em si, mas também pela raridade no registro fóssil norte-americano.

O espécime ajudará a entender o impacto das mudanças climáticas na Terra durante o período chamado Cretáceo Médio, período caracterizado por grandes mudanças no clima e nos ecossistemas, com enormes efeitos nas populações de dinossauros.

Encontrar Iani foi um golpe de sorte. Sabíamos que algo parecido vivia neste ecossistema porque dentes isolados foram coletados aqui e ali, mas não esperávamos tropeçar em um esqueleto tão bonito, especialmente nesta época da história da Terra… disse Zanno.

Ter um crânio quase completo foi inestimável para juntar as peças da história. Iani pode ser o último membro sobrevivente de uma linhagem de dinossauros que uma vez prosperou aqui na América do Norte, mas acabou sendo suplantada por dinossauros bico de pato.

Ele estava vivo durante esta transição – então este dinossauro realmente simboliza um planeta em mudança.

Terry Gates e Lindsay Zanno escavaram os ossos de Iani Smithi em 2014 na Formação Cedar Mountain, em Utah

Iani smithi viveu há cerca de 99 milhões de anos atrás durante o Cretáceo médio. Sua característica mais marcante é sua mandíbula poderosa, com dentes projetados para mastigar material vegetal duro.

A pesquisa completa com detalhes da descoberta foi publicada na última quarta-feira (7) em um artigo na revista científica Plos One.