Paleontólogos descobrem 92 ninhos com mais de 256 ovos de dinossauros na Índia

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Publicado em 22/01/23 às 07:13

Paleontólogos Indianos descobriram nas regiões de Madhya Pradesh, Gujarat e Maharashtra, na Índia, cerca de 92 ninhos de dinossauros com um total de 256 ovos fossilizados pertencentes a titanossauros, uma das maiores espécies de dinossauros que já existiram. É um dos maiores locais de nidificação já encontrado na Formação Lamenta, famosa por abrigar fósseis do Período Cretáceo Superior.

Fósseis de ovos de titanossauros – Universidade de Delhi/Divulgação

Segundo Harsha Dhiman, principal autora da descoberta, os ovos pertencem a seis espécies diferentes de titanossauros, o que indica que esses gigantes tinham um comportamento de nidificação colonial semelhante aos pássaros modernos – quando as aves fazem os seus ninhos em um local cercado por outros de espécies semelhantes.

No entanto, ao contrário das aves modernas, esses gigantes aparentemente abandonavam seus ninhos após colocarem os ovos. Devido ao seu enorme tamanho e com tantos ninhos próximos uns aos outros, era difícil acessar o local para incubar os ovos ou alimentar os filhotes sem esmagar outros ninhos.

Impossibilitados de passar delicadamente por outros ninhos para chegar ao seu, esses gigantes colocavam os ovos, cobriam com uma fina camada de areia e os abandonavam, deixando que o sol e o calor da terra se encarrega-se de incubar os ovos.

Parece que os saurópodes botaram seus ovos e depois deixaram seus filhotes para se defenderem sozinhos, disse Susannah Maidment, curadora de dinossauros do Museu de História Natural de Londres.

Ninho contendo seis ovos fossilizados – Universidade de Delhi/Divulgação

No local dos ninhos não foram encontrados quaisquer restos de dinossauros fossilizados, nem mesmo de adultos. Porém, o que mais chamou a atenção foi uma descoberta em particular: um raro ovo dentro de outro ovo.

Esse fenômeno, chamado de “óvulo-in-ovo”, é uma ocorrência conhecida em aves. Acontece quando um ovo que vai ser posto é empurrado de volta para o corpo e fica embutido dentro de outro ovo, geralmente sob condições estressantes como doenças, falta de comida ou temperaturas extremas. No entanto, esse tipo de ovo nunca tinha sido identificado em um dinossauro – ou em qualquer réptil.

O estudo completo do achado foi publicado no último dia 18 de janeiro na revista Plos One.

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