Tiranossauro Rex era tão inteligente quanto os primatas modernos, sugere estudo de brasileira
Por sandro
Publicado em 15/01/23 às 07:14
A neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel, da Universidade Vanderbilt, nos EUA, surpreendeu nesta semana a comunidade paleontológica ao afirmar em estudo publicado na revista científica Journal of Applied Neurology que os tiranossauros – um dos maiores predadores do período cretáceo – tinha uma quantidade de neurônios em seus cérebros semelhantes aos primatas modernos.
A cientista chegou a essa conclusão após analisar o cérebro dos parentes mais próximos dos dinossauros ainda vivos: as aves. Esses animais são bem pequenos se comparado com seus antecessores, mas seus minúsculos cérebros possuem aglomerados de neurônios tão densamente compactados, que os assemelham a espécimes mais inteligentes.
Partindo desse pressuposto, a cientista aplicou a mesma ideia aos grandes dinossauros. Ela comparou o crânios de vários dinossauros com aves modernas, como as emas e avestruzes. Após extrapolar proporcionalmente o número de neurônios presentes nessas aves às dimensões do crânio desses dinossauros, a cientista conseguiu concluir que um espécime em questão, o T-rex, teria cerca de três bilhões de neurônios, número similar ao presente no cérebro de babuínos, o que os permitia agir em grupo, usar ferramentas ou mesmo passar conhecimento para novas gerações.
Se você não acha isso muito impressionante, pense nos macaquinhos que conseguem te enganar e roubar comida da sua mão, disse a neurocientista.
Agora imagine uma criatura com essa inteligência maior do que um elefante, com garras enormes e dentes gigantescos capazes de te destroçar. Isso, para mim, é um pesadelo.

Com esse número de neurônios, é possível estimar que os Tiranossauros levavam cerca de cinco anos para alcançar sua maturidade sexual e viviam até os 40 anos, como os babuínos. Esse tempo é suficiente para aprender a confeccionar e usar ferramentas, além de transmitir uma cultura.
