Stenoscelida-aurantiacus

Nova espécie de réptil pré-histórico que conviveu com os dinossauros é descoberta no Rio Grande do Sul

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Publicado em 12/11/22 às 08:07

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, anunciaram a descoberta de uma nova espécie de réptil que conviveu com os primeiros dinossauros.

Nomeado Stenoscelida aurantiacus, o achado foi escavado em junho de 2022 no Geoparque Quarta Colônia Aspirante, no município de Agudo, em um sítio com rochas que possuem cerca de 230 milhões de anos e é formado apenas por uma perna completa que, segundo os pesquisadores, pertencem a um proterochampsídeo — um tipo de réptil, que tem o corpo parecido com o de jacarés e crocodilos, mas não possui forte grau de parentesco com eles.

Stenoscelida aurantiacusStenoscelida aurantiacus (esqueleto por Maurício S. Garcia; reconstrução em vida por Matheus Fernandes)

Segundo os pesquisadores, o animal teria cerca de 1,40 m de comprimento e era carnívoro, além disso, por conta da similaridade com jacarés, acredita-se que esses animais devem ter vivido próximos a corpos d’água, talvez até mesmo alimentando-se de maneira similar aos análogos modernos.

Seu nome – Stenoscelida aurantiacus – deriva do grego e do latim. O primeiro nome –Stenoscelida– vem do grego e significa perna delgada, já que o exemplar possui dimensões mais gráceis do membro posterior em relação aos seus parentes próximos. O segundo nome –aurantiacus– é derivado do latim e significa laranja, fazendo referência a coloração alaranjada dos leitos rochosos de onde o fóssil foi escavado.

Fóssil Stenoscelida aurantiacusFóssil de Stenoscelida aurantiacus (Foto: Rodrigo Temp Müller)

Seu reconhecimento como uma nova espécie veio após os pesquisadores encontrarem algumas características inesperadas no fóssil, como por exemplo, a presença de certas estruturas no fêmur que eram mais comumente encontradas em dinossauros.

O estudo completo da descoberta feita pelo paleontólogo da UFSM Rodrigo Temp Müller e um grupo de estudantes de pós-graduação da Universidade, foi publicado na última quinta-feira (3) no periódico científico Journal of Systematic Palaeontology.

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