Asteroide que matou dinossauros causou tsunami de 1,5 Km de altura que atingiu metade do planeta
Por sandro
Publicado em 08/10/22 às 08:44
Pesquisadores americanos descobriram que o impacto de asteroide que matou os dinossauros há cerca de 66 milhões de anos provocou um mega tsunami com ondas de até 1,5 Km de altura que se espalharam por metade do planeta.
Ao analisar sedimentos marinhos depositados pouco antes e logo após o impacto em mais de 100 locais pelo mundo, Molly Range, principal autora do estudo, juntamente com outros pesquisadores, encontraram evidências de que um grande tsunami varreu o leito marinho desde o local do impacto do asteroide (Golfo do México) até outras regiões localizadas na metade do planeta.
Utilizando um super computador, os pesquisadores colocaram os dados obtidos durante a pesquisa e conseguiram criar uma simulação aproximada de 24 horas após o impacto do asteroide.
Perturbação do tsunami na altura da superfície do mar (em metros) quatro horas após o impacto do asteroide que extinguiu os dinossauros. Imagem: Range et al. in AGU Advances, 2022
Nos primeiros 2 minutos e meio do impacto, uma cortina de material ejetado empurrou uma parede de água formando uma onda de incríveis 4,5 quilômetros de altura. Dez minutos depois, a 220 Km de onde o asteroide caiu, uma onda de 1,5 km de altura começou a varrer o oceano em todas as direções. Cerca de 24 horas depois, metade do planeta já tinha sido “varrido” por uma onda colossal, que já atingia a maior parte do Oceano Pacífico e Atlântico e entrava no Oceano Índico pelos dois lados.
Perturbação do tsunami na altura da superfície do mar (em metros) 24 horas após o impacto do asteroide que extinguiu os dinossauros. Imagem: Range et al. in AGU Advances, 2022
Segundo os pesquisadores, a água se movimentou tão rápido que sua velocidade pode ter ultrapassado os 600m/h, uma velocidade capaz de varrer os sedimentos finos do fundo do mar sem muitos problemas. A equipe até encontrou afloramentos (depósitos rochosos expostos) nas ilhas do norte e sul da Nova Zelândia, a uma distância de mais de 12 mil Km da cratera de Chicxulub.
Inicialmente pensava-se que esses afloramentos eram resultados da atividade tectônica local, mas devido à idade coincidir com a mesma do impacto do asteroide, bem como sua localização ser na rota simulada do tsunami, os pesquisadores incluíram esses afloramentos como resultado dos efeitos catastróficos das enormes ondas.
Sentimos que esses depósitos estão registrando os efeitos do tsunami de impacto, e esta é talvez a confirmação mais reveladora da importância global deste evento, disse Molly.
Imagem/Reprodução
A pesquisa completa foi publicada nesta última terça-feira, 4 de outubro de 2022, na revista científica AGU Advances.