Cientistas descobrem outra cratera semelhante à formada por asteroide que causou extinção dos dinossauros
Por sandro
Publicado em 21/08/22 às 07:51
Cientistas encontraram no fundo do Oceano Atlântico próximo à África Ocidental uma cratera com cerca de 8 Km de extensão semelhante aquela localizada na Península do Iucatã, no México, que desencadeou a extinção dos dinossauros.
Conhecida como cratera Nadir, ela foi descoberta por Uisdean Nicholson, professor assistente da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, enquanto ele analisava dados de uma pesquisa sobre a divisão entre a América do Sul e a África.
Segundo Nicholson, enquanto interpretava os dados, ele se deparou com uma região com várias característica muito incomum, bastante semelhantes a crateras de impacto, como proporção certa entre a largura e profundidade, altura das bordas, altura da elevação central, bem como um monte no centro criado por rocha e sedimentos que foram forçados pela pressão do impacto.
Enquanto interpretava os dados, eu (deparei) com essa característica muito incomum semelhante a uma cratera, diferente de tudo que eu já tinha visto antes, disse Nicholson.
Tinha todas as características de uma cratera de impacto.
De acordo com os geólogos, a estimativa é que a cratera tenha se formado por um asteroide rochoso de 400 metros de diâmetro. Seu impacto teria desencadeado uma explosão equivalente a 5.000 megatons de TNT, cerca de 100 vezes mais energia do que o dispositivo nuclear mais potente já detonado na Terra. Isso gerou um tsunami com mais de um quilômetro de altura, além de um terremoto de magnitude 6,5 que abalou toda a região.
Nossas simulações sugerem que esta cratera foi causada pela colisão de um asteroide de 400m de largura, explica Veronica Bray, da Universidade do Arizona, EUA, uma das autoras da publicação.
Isso teria gerado um tsunami com mais de um quilômetro de altura, bem como um terremoto de magnitude 6,5 ou mais.
Fósseis coletados na região da cratera revelam que ela possuí uma idade semelhante à de Chicxulub, 66 milhões de anos, o que acabou despertando a curiosidade dos cientistas de uma possível ligação entre os dois impactos.
Caso seja confirmada essa ligação, é possível que o asteroide que causou a cratera de Chicxulub e Nadir sejam o resultado de um desmembramento de um corpo rochoso ainda maior que caiu na Terra à 66 milhões de anos. Para confirmar tal hipótese, os cientistas precisarão coletar materiais no fundo da cratera Nadir para estudos mais aprofundados.
Entender a natureza exata da relação com Chicxulub é importante para entender o que estava acontecendo no Sistema Solar naquela época, disse Nicholson.
Se houve dois impactos ao mesmo tempo, pode haver outras crateras lá fora. E qual foi o efeito em cascata de múltiplas colisões?
A ideia de que a Terra não foi atingida por um, mas sim por múltiplos asteroides à 66 milhões de anos e desencadeou o fim dos dinossauros não é nova. Alguns cientistas especulam que a cratera Boltysh localizada na Ucrânia, pode estar relacionada de alguma forma ao evento que gerou a cratera de Chicxulub. A nova descoberta na África Ocidental serviu para alimentar ainda mais essa teoria, que já conta com vários adeptos pelo mundo.