Novo estudo aponta que alguns dinossauros tinham almofadas nas patas para suportar seu enorme peso
Por sandro
Publicado em 14/08/22 às 07:47
Saurópodes, grupo composto pelos maiores e mais pesados animais que já caminharam sobre a Terra possuíam uma espécie de “amortecedor” em suas patas para que seu esqueleto pudesse suportar as dezenas de toneladas de peso que podiam alcançar. A revelação foi feita através de um novo estudo realizado pelos pesquisadores Andréas Jannel e Steven Salisbury, da Universidade de Queensland, e Olga Panagiotopoulou, da Universidade Monash.
Utilizando simulações computacionais juntamente com várias análises de pegadas fossilizadas desses gigantes, os pesquisadores montaram um esboço de como esses amortecedores atuavam para minimizar o impacto sobre os ossos desses gigantes.
As simulações realizadas indicaram que as forças produzidas pelo peso desses gigantes sobre os ossos das patas seriam entre 5 vezes à 50 vezes mais intensos do que as geradas pelo peso dos maiores mamíferos terrestres de hoje em dia, com os elefantes. Sem ajuda adicional, levando em conta só a resistência dos ossos, esses animais sofreriam constantemente com fraturas em suas patas simplesmente pelo seu peso descomunal.
Ao adicionar um componente a mais na simulação (almofadas) nas patas, as forças exercidas nesses extremidades ficavam dentro do esperado para animais gigantes.
Os pesquisadores ainda estimam que, embora as pegadas dos saurópodes encontradas hoje em dia pareçam de animais plantígrados, cuja planta do pé tocava totalmente o chão, como nos humanos, o mais provável é que o esqueleto das patas fosse digitígrado, onde as ponta dos dedos tocavam o solo primeiro.
Os amortecedores, nesse caso, cobriam o meio e a parte de trás das patas, formando uma espécie de “palmilha ortopédica” que “absorviam” a carga exercida sobre as patas desses gigantes e permitiam que eles caminhassem de forma confortável, mesmo com suas toneladas de peso. É provável ainda, segundo os pesquisadores, que tal como uma mola, esses amortecedores armazenavam a energia das passadas e davam um impulso extra a esses gigantes, o que diminuía o esforço necessário para caminhar.
Infelizmente, por serem formados de tecidos moles que de decompõem com mais facilidade do que ossos, esses amortecedores não foram encontrados fossilizados. Para tal descoberta, é necessário que o saurópode tenha morrido em um local com certas características que permitissem que esses tecidos ficassem impressos durante o processo de fossilização.