Paleontólogos descobrem nova espécie de dinossauro gigante na Catalunha, Espanha

Uma equipe de paleontólogos portugueses e espanhóis anunciaram a descoberta de uma nova espécie de dinossauro pertencente ao gênero titanosauria que viveu na região da Catalunha, na Espanha, a cerca de 70 milhões de anos atrás durante o Cretáceo superior.

Nomeado Abditosaurus kuehnei, que significa “réptil esquecido”, o espécime media 17,5 metros de comprimento na fase adulta e pesava mais de 14 toneladas. Seus restos fósseis foram descobertos em Orcau, no sul dos Pirineus, região da Catalunha, Espanha e é considerado o maior e mais completo fóssil de titanossauro descoberto no continente europeu.

Segundo os pesquisadores, o tamanho do animal surpreendeu todo mundo porque é incomum para os titanossauros encontrados na Europa, pois durante o Cretáceo Superior (entre 83 e 66 milhões de anos atrás), a Europa era praticamente um grande arquipélago formado por dezenas de ilhas. As espécies que ali evoluíram eram relativamente pequenas, ou mesmo anãs em comparação com seus parentes que vivem em grandes massas de terra, devido principalmente à limitação de recursos alimentares nas ilhas.

É um fenômeno recorrente na história da vida na Terra; temos vários exemplos em todo o mundo no registro fóssil dessa tendência evolutiva, disse Bernat Vila, paleontólogo do Instituto Catalão de Paleontologia.

É por isso que ficamos surpresos com as grandes dimensões deste espécime.

Os pesquisadores acreditam que a linhagem Abditosaurus chegou à Europa aproveitando uma queda no nível do mar que abriu antigas rotas de migração entre a África e a Europa.

Dados sugerem que este dinossauro migrou da América do sul e África para o continente Europeu através da Península Ibérica, quando ocorreu uma redução no nível do mar durante o Jurássico Inferior e inicio do Cretáceo, ligando a Eurásia, África e América do Norte.

No geral, o trabalho de campo dos pesquisadores desenterrou 53 elementos do esqueleto, que incluem vértebras, partes da costela e dentes do animal.

A primeira dessas partes foi descoberta em 1954 pelo paleontólogo alemão Walter Kuhne.