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Cientistas encontram células de dinossauros que ainda podem conter DNA

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Publicado em 03/10/21 às 17:36

Cientistas chineses anunciaram numa publicação na revista científica Nature Communications Biology que detectaram vestígios de células fossilizadas de um dinossauro que viveu aproximadamente 125 milhões de anos atrás, no Cretáceo Inferior.

O material foi encontrado no fêmur de um Caudipteryx, um pequeno réptil do tamanho de um peru bastante abundante na região onde hoje é a China.

Caudipteryx_zouiCaudipteryx_zoui / Imagem: Reprodução

No processo, os pesquisadores retiraram uma parte fossilizada de tecido cartilaginoso ligado ao fêmur do animal e depois submeteu elas a várias substâncias químicas chamadas hematoxilina e eosina, que são usadas para destacar núcleos celulares e o citoplasma das células. Surpreendentemente, as amostras acabaram coloridas da mesma forma que as células da maioria dos animais submetidos ao mesmo processo e foi possível ver em detalhes os núcleos e a cromatina dessas células.

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Fóssil de Caudipteryx, com o fragmento inspecionado em amarelo à direita. Foto: Bailleul e equipe, Communications Biology 2021

Segundo os pesquisadores, ainda não é possível definir com certeza a real composição do núcleo das células do animal. No entanto, existe a possibilidade da cromatina estar preservada, pois o fóssil foi impregnado com compostos de sílica e alumínio ao longo dos milhões de anos que se passaram.

Nesse processo, grande parte do citoplasma celular foi substituído por estes compostos – que provavelmente vieram de cinzas vulcânicas – o que pode ter protegido as finas estruturas da cromatina e preservando todo o núcleo genético da célula.

Dados geológicos se acumularam ao longo dos anos e mostraram que a preservação de fósseis na Biota de Jehol foi excepcional, devido às finas cinzas vulcânicas que sepultaram as carcaças e as preservaram até o nível celular, disse o coautor do estudo Li Zhiheng, paleontólogo de vertebrados do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados da Academia Chinesa de Ciências.

Estamos obviamente interessados no núcleo fossilizado da célula porque é lá que a maior parte do DNA deveria estar se o DNA estivesse preservado, apontou Alida Bailleul, co-autora do estudo.

CaudipteryxCélulas tingindas de Caudipteryx sob luz transmitida (esquerda) e polarizada (direita). Foto: Bailleul e equipe Communications Biology 2021.

As amostras ainda passarão por estudos, mas os primeiros resultados deixaram a equipe de pesquisadores bem animada. O DNA mais antigo descrito atualmente pela ciência tem 1,2 milhão de anos e pertence a um Mamute. A descoberta da equipe chinesa tem incríveis 125 milhões de anos.

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