Nova espécie de pterossauro é descoberta no nordeste do país
Por sandro
Publicado em 21/09/21 às 16:55
Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) (RS), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Museu Nacional (RJ), identificaram uma nova espécie de pterossauro no nordeste do Brasil que habitou a região a cerca de 100 milhões de anos atrás.
Nomeado Kariridraco dianae, em alusão aos indígenas Kariris, originários da região nordestina da Chapada do Araripe, o animal chegava a atingir 3 metros de comprimento de envergadura. Não tinha dentes e como característica marcante, possuía uma enorme crista na cabeça, que provavelmente era usada para atrair parceiras e para se comunicar com outros da mesma espécie.

Segundo os pesquisadores, o espécime pertence ao conhecido grupo tapejarídeos, cujos representantes habitavam várias regiões dos antigos supercontinentes Gondwana e Laurásia e possuíam uma enorme crista na cabeça. O achado, cujo estudo foi publicado na revista científica Acta Palaeontologica Polonica, ainda revelou que esse grupo especifico de dinossauros surgiram provavelmente na América do Sul e se espalharam para outras regiões do planeta conforme os supercontinentes Gondwana e Laurásia se dividiam, já que outros fósseis do mesmo grupo foram encontrados em áreas mais distantes, como Marrocos e China.
Até então se imaginava que os tapejarídeos eram uma família que tinha vindo da Ásia e migrado para o Brasil, já que são encontrados muitos espécimes bem antigos na China, por exemplo. Mas com a identificação do novo pterossauro, descobrimos que esse grupo, na verdade, surgiu no nordeste do Brasil e só então migrou para outras partes do mundo, comenta um dos autores da descoberta.
O fóssil do K. dianae estará disponível para visitação no Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, no Ceará, e ainda passará por alguns estudos e analises.
