Paleontólogos reconstituem pele de dinossauro com base em fóssil encontrado na Patagônia
Por sandro
Publicado em 14/09/21 às 18:15
Um dos dinossauros carnívoros mais estranhos já descobertos, o “Carnotauro”, acaba de ser reformulado graças a um novo estudo conduzido por dois paleontólogos: Christophe Hendrickx, do instituto de pesquisa argentino Unidad Ejecutora Lillo e Phil Bell, da Universidade de Nova Inglaterra, na Austrália.
Descoberto em 1984 na Patagônia pelo célebre argentino José Bonaparte, que batizou o animal de Carnotaurus, que se traduz como “touro carnívoro” em referência a seu estranho crânio com grandes chifres, o animal foi o primeiro dinossauro carnívoro encontrado com pele fossilizada.
Na época, vários cientistas estudaram a descoberta, mas nenhum examinou tão detalhadamente como o Dr. Christophe Hendrickx e Phil Bell, cujo resultado foram publicados no periódico Cretaceous Research, no último dia 13 de agosto.
Segundo os autores, a pele do Carnotauro na realidade é mais diversa do que se pensava anteriormente e consiste em pregos cônicos grandes distribuídos aleatoriamente, cercados por uma rede de pequenas escamas alongadas, em forma de diamante. Em comparação, a pele se parece com as do lagarto diabo-espinhoso (Moloch horridus), que vive hoje nas áreas áridas da Austrália.

Olhando a pele das regiões dos ombros, barriga e cauda, descobrimos que a pele deste dinossauro era mais diversa do que anteriormente pensado, consistindo em pregos cônicos grandes e distribuídos aleatoriamente cercados por uma rede de pequenas escamas alongadas, em forma de diamante ou subcirculares, disse Hendrickx.
A maior escama vem da parte anterior de sua cauda. Aqui, a menor escama mede apenas 20 milímetros de diâmetro, mas às vezes esses minúsculos flocos de pele podem ser encontrados espremidos entre outras escalas duas vezes maiores.
Essas escamas características, muito maiores, têm uma aparência quase em forma de cúpula, semelhantes às escamas em forma de cúpula encontradas no diplodoco – um dinossauro herbívoro de pescoço longo. Outros têm a forma mais semelhante a diamantes, com comprimentos muito mais longos do que larguras; estes se assemelham às escamas vistas em tiranossaurídeos que também viveram no Cretáceo Superior, cerca de 70 milhões de anos atrás…….. descrevem os autores no estudo publicado no Cretaceous Research.

Ao contrário das descobertas mais recentes de dinossauros com penas, principalmente da China, o Carnotauro que chegava a medir 8 metros de comprimento era totalmente escamoso, sem evidência de penas. Como um predador ativo, os cientistas especulam que as escamas teriam sido importantes para regular sua temperatura corporal, assim como fazem os répteis hoje em dia.

