Pesquisadores brasileiros e chineses descobrem duas novas espécies de dinossauros na China

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Publicado em 15/08/21 às 07:33

Cientistas brasileiros em parceria com pesquisadores chineses anunciaram em um estudo publicado na revista Scientific Reports, a descoberta de duas novas espécies de dinossauros saurópodes.

Nomeados Silutitan sinensis e Hamititan xinjiangensis, ambas espécies foram descobertas na província de Xinjiang, região Noroeste da China. O local, que apresenta rochas de aproximadamente 120 milhões de anos, é conhecido pelo seu rico solo, que nos últimos anos, revelou centenas de fósseis de pterossauros.

Segundo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional que esteve envolvido na descoberta, o achado é extremamente importante para a comunidade científica pois é oriunda de um local onde grandes dinossauros nunca foram encontrados.

Graças ao achado, agora os paleontólogos sabem que essa área também foi lar dos maiores animais que já caminharam sobre a Terra, o que abre caminho para novas descobertas, além de maior compreensão sobre a diversidades desses gigantes pelo Planeta.

Essas novas espécies de saurópodes são particularmente importantes por serem de uma área onde grandes vertebrados, como dinossauros, não foram registrados até esse momento. E isso indica o grande potencial fossilífero desta formação para o estudo não somente de saurópodes, mas também do potencial para outros grupos de dinossauros, disse Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional.

Local onde foram encontrados as duas novas espécies de saurópodes – Wang Xiaolin/Divulgação

Sítio fossilífero em Xinjiang/Wang Xiaolin

A espécie Silutitan sinensis é exclusiva da Ásia por ter uma série de vértebras cervicais médias e posteriores articuladas que a vincula ao grupo Euhelopodidae. O nome é uma combinação de termos em mandarim: “Silu” significa “Rota da Seda”, em homenagem às rotas comerciais que interligavam o Oriente e o Ocidente, e “titan” em alusão aos deuses gregos, usado comumentemente em saurópodes para designar grandes estaturas.

Já a segunda espécie, Hamititan xinjiangensis, tem uma sequência de vértebras caudais anteriores articuladas que é comum na América do Sul (inclusive no Brasil), pertencente ao grupo Titanosauridae. O nome vem da junção de Hami, em referência ao local onde foi encontrada, e à estatura “titan”.

A espécie Hamititan xinjiangensis apresentava um dente de dinossauro terópode (carnívoro) encontrado muito perto, o que pode indicar uma possível predação ou mesmo que a carcaça do Hamititan tenha sido atacada por um dinossauro carnívoro oportunista, informou Xiaolin Wang, coordenador do Instituto chinês.

A parceria entre pesquisadores brasileiros e chineses existe desde 2004 e já resultou em mais de 20 trabalhos conjuntos. A recente descoberta contou ainda com com paleontólogos do Beijing Museum of Natural History e do Hami Museum.

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