Descoberta indica que dinossauros podiam viver no frio do Ártico o ano todo

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Publicado em 25/06/21 às 09:20

Fósseis de pequenos dinossauros descobertos no extremo norte do Alasca fornecem fortes evidências de que algumas espécies de dinossauros viviam o ano todo no Ártico e possuíam sangue quente, de acordo com um estudo publicado neste quinta-feira (24) no jornal Current Biology.

Os fósseis são de pelo menos sete tipos de dinossauros que eclodiram ou ainda estão em seus ovos e possuem cerca de 70 milhões de anos, revelou Pat Druckenmiller, diretor do Museu da Universidade do Alasca que participou da descoberta.

Imagem – University of Alaska Museum of the North

Segundo os pesquisadores, essa é a primeira vez que equipes encontraram evidências de ninhos de dinossauros tão ao norte do Planeta, o que abre caminho para novos estudos e ajuda a derrubar suposições anteriores de que os dinossauros eram répteis gigantes de sangue frio já que, para sobrevier aos invernos escuros do Ártico, esses dinossauros teriam que ter a capacidade de aquecer seus corpos por meio de funções internas (endotermia), como fazem os lagartos hoje em dia.

Se eles se reproduziam, então passariam o inverno lá. Se eles passassem o inverno lá, eles teriam que lidar com condições que normalmente não associamos aos dinossauros, como condições de congelamento e neve, disse Druckenmiller.

Pelo menos esses grupos tiveram endotermia e podiam aquecer seus corpos por funções internas.

Imagem / Reprodução

O local da descoberta é um penhasco íngreme no rio Colville na encosta norte do Alasca, cerca de 250 milhas (400 km) ao norte do Círculo Polar Ártico. No período Cretáceo, quando a América do Norte estava posicionada de maneira diferente, essa área ficava ainda mais ao norte e era bem mais quente do que hoje em dia.

Graças a analise de vestígios de plantas antigas, os cientistas conseguiram calcular a temperatura média anual da região em cerca de 6 graus Celsius, o que resulta em invernos abaixo de zero com neve.

Imagem: Getty / Reprodução

Embora agora a encosta norte do Alasca passe dois meses em escuridão total no inverno, durante o período Cretáceo essa fase durava até quatro meses por ano. Encontrar os ossos e dentes minúsculos, alguns do tamanho da cabeça de um alfinete, foi trabalhoso, disse Druckenmiller. Eles foram identificados por meio de exame microscópico após serem peneirados várias vezes de sedimentos coletados em expedições que remontam a décadas. “Eu comparo isso à extração de ouro. É um processo muito lento”, destacou Druckenmiller que revelou também que novas evidências ainda estão sendo estudadas, e serão reveladas o mais breve possível.

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