Dinossauros

Entenda como seria possível criar o “Parque dos dinossauros” proposto pelo sócio de Elon Musk

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Publicado em 31/05/21 às 08:20

Há algumas semanas o co-fundador da Neuralink, Max Hodak, disse que atualmente seria possível a humanidade criar seu próprio Parque dos Dinossauros semelhante ao que foi visto nos filmes de Steven Spielberg. Mas como isso seria possível?

Ao contrário do que foi visto nas telonas, a ideia não seria extrair o DNA de algum mosquito cristalizado em âmbar, pelo contrário, a ideia é usar as espécies que existem hoje em dia e usar seus DNA para criar um zoológico de animais mutantes.

Na prática, seria algo como o Dr. Wu fez nos últimos dois filmes da franquia (Jurassic World). Mas aqui, em vez de usar DNA de dinossauro e acrescentar outros, a ideia é modificar o DNA de um animal existente afim de fazê-lo se parecer fízicamente com algumas espécies de dinossauros que já habitaram nosso planeta.

Nós provavelmente conseguiríamos construir o Jurassic Park caso quiséssemos. Não seriam dinossauros geneticamente autênticos, mas… Talvez 15 anos de cultivo e engenharia para conseguir novas espécies super exóticas, disse Max Hodak.

Mas seria possível realizar tal façanha com a ciência que existe hoje em dia? Por incrível que pareça, a resposta é sim.

Em seu livro “Frankenstein’s Cat: Cuddling Up To Biotech’s Brave New Beasts”, a jornalista de ciência Emily Anthes descreve como o avanço da biotecnologia permite que os cientistas criem algumas espécies exóticas mudando apenas seu DNA. Ela descreve por exemplo, uma universidade na China onde atualmente existem mais de 45 mil gaiolas, todas cheias de ratos mutantes, criados a partir de manipulação genética.

Os cientistas decidiram acelerar a criação de ratos mutantes, desativando seus genes aleatoriamente, um por vez, para verificar o que ocorre com eles, disse Anthes.

Conforme crescem, os ratos exibem deformidades específicas [relacionadas ao gene desativado]. Alguns ratos desenvolvem tumores, outros ficam carecas, têm comportamentos estranhos. Um deles era capaz de se mover apenas para a esquerda.

A jornalista conta ainda um caso em que um rato desenvolveu presas externas como as de um elefante após os cientistas modificarem um gene em seu DNA. Segundo ela, foi apenas uma simples modificação, mas que foi capaz de criar um espécime totalmente exótico.

Dito isso, imaginem a seguinte situação: cientistas modificam o DNA de um felino de grande porte, por exemplo, um leão ou tigre, afim do espécime desenvolver presas como as de um elefante. O resultado seria algo semelhante ao extinto Smilodon, o famoso dentes-de-sabre que viveu entre 2,5 milhões e 10 mil anos atrás.

Outro exemplo seria transplantar genes de uma espécie para outra. Imaginem o que aconteceria se colocar genes responsáveis pelo desenvolvimento de escamas e pele reptiliana em um grande avestruz, transformando-o numa criatura carnívora? Teríamos algo semelhante do extinto Velociraptor, um dos dinossauros mais inteligentes que já habitou nosso planeta.

Velociraptor

A proposta de Hodak é usar as mesmas técnicas descritas acima para criar um “Parque dos Dinossauros” com espécies mutantes, semelhantes aos dinossauros. No entanto, sua ideia tem um grande obstáculo pelo caminho: questões éticas.

Entrave – Questões éticas

Embora possa parecer algo incrível mudar a genética de um espécime afim de obter um resultado totalmente novo, essa técnica não é muito bem vista por muitos cientistas e organizações de proteção aos animais.

O maior debate que existe é se a humanidade tem direito de modificar a vida e o comportamento de outras espécies afim de satisfazer suas necessidades próprias. Não é porque somos a “espécie dominante” no Planeta que devemos submeter outros animais-cobaias a verdadeiras torturas com o objetivo de desenvolver possíveis soluções para a nossa própria existência.

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